Por Bianca Oliveira,
O titulo original não deixa dúvidas: o novo filme de Garry Marsahll, Mother's Day, visava atrair espectadores ao cinema aproveitando as comemorações do Dia das Mães (o filme foi lançado no Brasil em 5 de maio, a três dias da data festiva). A fórmula usada pelo diretor é bem simples: artistas conhecidos + várias histórias paralelas que sempre têm algo em comum (nesse filme histórias sobre a maternidade) + enredo bobo com desfecho mais bobo ainda = uma comédia fraquinha que até provoca algumas gargalhadas na plateia, mas no outro dia ninguém vai lembrar nem o nome.
Em uma de suas histórias, Mother’s Day apresenta Sandy (Jennifer Aniston), divorciada,
mãe de dois filhos que está tentando se adaptar a numa nova vida enquanto seu ex
já está com uma nova namorada: Miranda (Júlia Roberts), escritora e
apresentadora de sucesso e que escolheu focar mais na carreira do
que na sua vida pessoal. Sua história se cruza com a de Kristin (Britt
Robertson), uma jovem mãe insegura que não sabe “quem é de verdade” e está a
procura da sua mãe biológica. Já Jesse (Kate Hudson), casada com o indiano Russell (Aasif Mandvi), é mãe de um menino e que guarda muitos segredos de sua mãe junto com sua irmã Gabi
(Sarah Chalke); e por último mas não menos importante Bradley (Jason Sudeikis),
pai viúvo que depois que sua esposa faleceu teve que cuidar sozinho de suas
duas filhas.
Todas as histórias se cruzam e têm o seu grau de importância; todas foram
abordadas com o tom certo de sutileza e humor. O problema é que o filme é cheio
de clichês, mesmo tentando ser “contemporâneo” e simples o longa é carregado de
conservadorismo e ideias antiquadas. Vemos mulheres que precisam de um homem
para fazê-las se sentirem bem, mães que precisam ser perfeitas e compreensíveis,
aquela “padronização” básica que sempre vemos por aí. Mas por que Sandy só consegue ser feliz de
verdade com um homem do seu lado? Como Jesse consegue esconder o seu filho de
sua mãe??? Os roteiristas Tom Hines, Matt Walker e Anya Kochoff Romano deveriam ter aprofundado um pouco (muito) mais nas histórias que
contam, o seu roteiro abre tantas histórias ao mesmo tempo, que quase duas horas
de filme ainda não são suficientes para fechar adequadamente cada uma, e a
solução foi acabar usando os desfechos
mais bobos e grosseiros possíveis.
O melhor do filme é o elenco. Jennifer Aniston está despojada, sincera e que consegue muito bem passar tudo o que sua personagem está sentindo. Jason Sudeikis é o que anima o filme, traz a dose certa de humor, e é engraçado que ainda assim ele transmite todo luto e dor que seu personagem passou. Julia Roberts é só aquela participação especial que mais trouxe mídia do que acrescentou ao filme de fato, foi inserida em contextos sem nexo e sem aprofundamento.
Nem é que o filme seja horrível ou o pior do mundo, ele só é comum e decepcionante, parece mais que Garry estava de olho nas bilheterias e não na
qualidade ou em pesquisar de fato e oferecer o melhor para o seu público.
Você vai rir, em determinados momentos
pode até sair um suor hétero dos seus olhos, há cenas em que a fotografia é
linda, mas pára por ai mesmo. Depois de
um tempo você vai ver em uma sessão da tarde, ou quando reunir a família e num
almoço mas pára por ai também.